Quem somos
Federação de Karatê-Dô Tradicional da Bahia
O Departamento de Karate da Confederação Brasileira de Pugilismo – CBP, em conjunto com a Federação Paulista de Karate promoveu em fevereiro de 1986, na cidade de São Paulo, um Curso Internacional visando transmitir para as Federações Estaduais as novas regras de arbitragem do Sistema WUKO – World Union Karate Organization, modelo, na época, implantado na Europa. Naquele ano o desporto Karate ainda funcionava como um departamento da Confederação de Pugilismo. Após dois dias de curso ministrado pelos mestres Toru Arakawa e Tadao Fujimoto, promoveu-se uma competição experimental de Shiai Kumite, aplicando-se o novo formato de arbitrar a modalidade. O estado da Bahia foi representado no evento pelos professores Sergio Bastos, que participou como atleta e Eckener Cardoso que atuou como árbitro, compondo o grupo o faixa preta Antonio Carlos Negreiros. No retorno a Salvador os representantes da FBK apresentaram um relatório à Diretoria Técnica que organizou também um Curso de Atualização para os professores e árbitros do Estado. Este curso foi transmitido pelos professores baianos que estiveram presentes em São Paulo, uma vez que o sistema WUKO seria implantado no Brasil nas competições daquele ano ainda.
Inicialmente surgiram dúvidas, e professores, árbitros e atletas criticaram, porque entenderam que daquela forma deixariam de lado os princípios do Karate Budô para disputarem uma competição onde praticamente qualquer técnica pontuava, além de poder marcar mais de um Ippon, o que conflitava com tudo que tinham apreendido até então.
Como a mudança de regulamento estava decidida, ficou um clima de descontentamento entre os professores que discordavam de tais alterações, comentava-se, na época, que adotando aquela forma de competir o Karate estaria mais próximo de ser reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional – COI, consequentemente apresentar-se em uma Olímpiada e posteriormente tornar-se esporte olímpico.
No âmbito internacional existia também uma forte organização liderada pelo mestre Hidetaka Nishyiama, radicado nos USA, a ITKF – International Traditional Karate Federation, que preconizava a Karate muito mais como Arte Marcial do que como Esporte. As competições organizadas pela ITKF cultivavam aspectos técnicos importantes, valorizando a busca constante do Ipon no Shiai Kumite, cobrando o correto uso da força total gerada pelo praticante nas finalizações das técnicas. Além disso, a Filosofia do Karate e do Budô, como respeito, postura, conduta e etiqueta são exigidos dos atletas durante as competições do Karate Tradicional / ITKF.
Embasado no que foi narrado acima, um grupo de 10 Associações filiadas à FBK, pioneira na organização do desporto Karate no Estado da Bahia, reuniu-se com o propósito de analisar se optariam pela adaptação ao sistema Esportivo ou o Karate como Arte Marcial / Desporto. A decisão do grupo foi desfiliar-se e fundar uma organização denominada Karate-Dô Tradicional, liderada no Brasil pelo mestre Yasutaka Tanaka (RJ).